Minha vida dura apenas uma parte de sua vida. Qualquer separação de você significa um grande sofrimento para mim. Pense muito nisso, antes de me adotar.
Tenha paciência e me dê um tempo para que eu possa compreender o que você espera de mim. Você também precisa me ajudar a desenvolver bons hábitos.
Dê-me carinho, pois vivo disso e vou compensá-lo em dobro, mais do que ninguém.
Nunca guarde rancor de mim. Se eu aprontar alguma, não me bata e não me prenda de castigo. Você tem outros amigos além de mim, tem o seu trabalho, seu lazer, MAS EU SÓ TENHO VOCÊ.
Converse comigo. Eu não entendo todas as suas palavras, mas me faz bem ouvir sua voz falando só para mim.
Quando for me bater, lembre que eu poderia facilmente quebrar os ossos da mão, que me machuca, mas que eu não reajo por amor e respeito.
Se você não estiver satisfeito comigo porque estou de mal humor, preguiçoso ou desobediente, imagine que talvez minha alimentação não esteja me fazendo bem, ou que meu coração já esteja ficando cansado e fraco.
Por favor, tenha compreensão comigo quando eu envelhecer. Não pense logo em me abandonar para adotar um filhote. Você também envelhecerá.
Texto copiado do site do Canil Municipal de Juiz de Fora.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Poesia: História de um Cão (Luís Guimarães Filho)
Eu tive um cão. Chamava-se Veludo,
Magro, asqueroso, revoltante, imundo,
Para dizer numa palavra tudo,
Foi o mais feio cão que houve no mundo.
Rcebei-o das mãos d’um camarada,
Na hora da partida. O cão gemendo,
Não me queria acompanhar por nada,
Enfim – mau grado seu – o vim trazendo.
O meu amigo cabisbaixo, mudo,
Olhava-o ... o sol nas ondas se abismava...
"Adeus" - me disse - , e ao afagar Veludo,
Nos olhos seus o pranto borbulava.
“Trata-o bem. Verás como rasteiro,
Te indicará os mais sutis perigos,
Adeus! E que este amigo verdadeiro,
Te console no mundo ermo de amigos.”
Veludo a custo habituou-se à vida,
Que o destino de novo lhe escolhera,
Sua rugosa pálpebra sentida,
Chorava o antigo dono que perdera.
Nas longas noites de luar brilhante,
Febril, convulso, trêmulo, agitando,
A sua cauda – caminhava errante,
À luz da lua – tristemente uivando.
Toussenel, Figuier e a lista imensa,
Dos modernos zoológicos doutores,
Dizem que o cão é um animal que pensa:
Talvez tenham razão estes senhores.
Lembro-me ainda. Trouxe-me o correio,
Cinco meses depois, do meu amigo,
Um envelope fartamente cheio:
Era uma carta. Carta! Era um artigo.
Contendo a narração miúda e exata
Da travessia. Dava-se importantes
Notícias do Brasil e de la Plata,
Falava em rios, árvores gigantes:
Gabava o “stemer “ que o levou; dizia
Que ia tentar inúmeras empresas:
Contava-me também que a bordo havia
Mulheres joviais – todas francesas.
Assombrava-se muito da ligeira,
Moralidade que encontrou a bordo:
Citava o caso duma passageira...
Mil cousas mais de que não me recordo.
Finalmente, por baixo disso tudo,
Em nota bene do melhor cursivo,
Recomendava o pobre do Veludo,
Pedindo a Deus que o conservasse vivo.
Enquanto eu lia, o cão tranquilo e atento,
Me contemplava, e – creia que é verdade –
Vi, comovido, vi nesse momento,
Seus olhos gotejarem de saudade.
Depois lambeu-me as mãos humildemente,
Estendeu-se a meus pés silencioso,
Movendo a cauda – e adormeceu contente,
Farto d’um puro e satisfeito gozo.
Passou-se o tempo. Finalmente um dia,
Vi-me livre daquele companheiro,
Para nada Veludo me servia,
Dei-o à mulher d’um velho carvoeiro.
E respirei! “Graças a Deus! Já posso”
Dizia eu viver neste bom mundo,
Sem ter que dar diariamente um osso,
A um bicho vil, a um feio cão imundo.”
Gosto dos animais, porém prefiro
A essa raça baixa e aduladora
Um alazão inglês, de sela ou tiro,
Ou uma gata branca cismadora.
Mal respirei, porém! Quando dormia
E a negra noite amortalhava tudo,
Senti que à minha porta aguém batia:
Fui ver quem era. Abri. Era Veludo.
Saltou-me às mãos, lambeu-me os pés ganindo,
Farejou toda casa satisfeito,
E – de cansado – foi rolar dormindo,
Como uma pedra, junto do meu leito.
Praguejei furioso. Era execrável,
Suportar esse hóspede inoportuno
Que me seguia como o miserável
Ladrão, ou como um pérfido gatuno.
E resolvi-me enfim. Certo, é custoso
Dizê-lo em alta voz e confessá-lo,
Para livrar-me desse cão leproso,
Havia um meio só: era matá-lo.
Zunia a asa funebre dos ventos,
Ao longe o mar na solidão gemendo
Arrebentava em uivos e lamentos...
De instante a instante ia o tufão crescendo.
Chamei Veludo; ele seguiu-me. Entanto
A fremente borrasca me arrancava
Dos frios ombros o revolto manto
E a chuva meus cabelos fustigava.
Despertei um barqueiro. Contra o vento,
Contra as ondas coléricas vogamos;
Dava-me força o tôrvo pensamento:
Peguei num remo – e com furor remamos.
Veludo à proa olhava-me choroso
Como um cordeiro no final momento.
Embora! Era fatal! Era forçoso
Livrar-me enfim desse animal nojento.
No largo mar ergui-o nos meus braços
E arremesei-o às ondas de repente...
Ele moveu gemendo os membros lassos
Lutando contra a morte. Era pungente.
Voltei a terra – entrei em casa. O vento
Zunia sempre na amplidão, profundo.
E pareceu-me ouvir o atroz lamento
De Veludo nas ondas morimbundo.
Mas ao despir dos ombros meus o manto
Notei – oh, grande dor! – haver perdido
Uma reliquia que eu prezava tanto!
Era um cordão de prata: - eu tinha –o unido.
Contra o meu coração constantemente
E o conservava no maior recato,
Pois minha mãe me dera essa corrente
E, suspenso à corrente, o seu retrato.
Certo caíra além no mar profundo,
No eterno abismo que devorava tudo;
E foi o cão, foi esse cão imundo
A causa do meu mal! Ah ! se Veludo
Duas vidas tivera – duas vidas
Eu arrancava àquela besta morta
E àquelas vis entranhas corrompidas.
Nisto senti uivar à minha porta.
Corri – abri... Era Veludo! Arfava:
Estendeu-se a meus pés -, e docemente
Deixou cair da boca que espumava
A medalha suspensa da corrente.
Fora crível, oh Deus? – Ajoelhado
Junto do cão – estupefato, absorto,
Palpei-lhe o corpo: estava enregelado;
Sacudi-o, chamei-o ! Estava morto.
Magro, asqueroso, revoltante, imundo,
Para dizer numa palavra tudo,
Foi o mais feio cão que houve no mundo.
Rcebei-o das mãos d’um camarada,
Na hora da partida. O cão gemendo,
Não me queria acompanhar por nada,
Enfim – mau grado seu – o vim trazendo.
O meu amigo cabisbaixo, mudo,
Olhava-o ... o sol nas ondas se abismava...
"Adeus" - me disse - , e ao afagar Veludo,
Nos olhos seus o pranto borbulava.
“Trata-o bem. Verás como rasteiro,
Te indicará os mais sutis perigos,
Adeus! E que este amigo verdadeiro,
Te console no mundo ermo de amigos.”
Veludo a custo habituou-se à vida,
Que o destino de novo lhe escolhera,
Sua rugosa pálpebra sentida,
Chorava o antigo dono que perdera.
Nas longas noites de luar brilhante,
Febril, convulso, trêmulo, agitando,
A sua cauda – caminhava errante,
À luz da lua – tristemente uivando.
Toussenel, Figuier e a lista imensa,
Dos modernos zoológicos doutores,
Dizem que o cão é um animal que pensa:
Talvez tenham razão estes senhores.
Lembro-me ainda. Trouxe-me o correio,
Cinco meses depois, do meu amigo,
Um envelope fartamente cheio:
Era uma carta. Carta! Era um artigo.
Contendo a narração miúda e exata
Da travessia. Dava-se importantes
Notícias do Brasil e de la Plata,
Falava em rios, árvores gigantes:
Gabava o “stemer “ que o levou; dizia
Que ia tentar inúmeras empresas:
Contava-me também que a bordo havia
Mulheres joviais – todas francesas.
Assombrava-se muito da ligeira,
Moralidade que encontrou a bordo:
Citava o caso duma passageira...
Mil cousas mais de que não me recordo.
Finalmente, por baixo disso tudo,
Em nota bene do melhor cursivo,
Recomendava o pobre do Veludo,
Pedindo a Deus que o conservasse vivo.
Enquanto eu lia, o cão tranquilo e atento,
Me contemplava, e – creia que é verdade –
Vi, comovido, vi nesse momento,
Seus olhos gotejarem de saudade.
Depois lambeu-me as mãos humildemente,
Estendeu-se a meus pés silencioso,
Movendo a cauda – e adormeceu contente,
Farto d’um puro e satisfeito gozo.
Passou-se o tempo. Finalmente um dia,
Vi-me livre daquele companheiro,
Para nada Veludo me servia,
Dei-o à mulher d’um velho carvoeiro.
E respirei! “Graças a Deus! Já posso”
Dizia eu viver neste bom mundo,
Sem ter que dar diariamente um osso,
A um bicho vil, a um feio cão imundo.”
Gosto dos animais, porém prefiro
A essa raça baixa e aduladora
Um alazão inglês, de sela ou tiro,
Ou uma gata branca cismadora.
Mal respirei, porém! Quando dormia
E a negra noite amortalhava tudo,
Senti que à minha porta aguém batia:
Fui ver quem era. Abri. Era Veludo.
Saltou-me às mãos, lambeu-me os pés ganindo,
Farejou toda casa satisfeito,
E – de cansado – foi rolar dormindo,
Como uma pedra, junto do meu leito.
Praguejei furioso. Era execrável,
Suportar esse hóspede inoportuno
Que me seguia como o miserável
Ladrão, ou como um pérfido gatuno.
E resolvi-me enfim. Certo, é custoso
Dizê-lo em alta voz e confessá-lo,
Para livrar-me desse cão leproso,
Havia um meio só: era matá-lo.
Zunia a asa funebre dos ventos,
Ao longe o mar na solidão gemendo
Arrebentava em uivos e lamentos...
De instante a instante ia o tufão crescendo.
Chamei Veludo; ele seguiu-me. Entanto
A fremente borrasca me arrancava
Dos frios ombros o revolto manto
E a chuva meus cabelos fustigava.
Despertei um barqueiro. Contra o vento,
Contra as ondas coléricas vogamos;
Dava-me força o tôrvo pensamento:
Peguei num remo – e com furor remamos.
Veludo à proa olhava-me choroso
Como um cordeiro no final momento.
Embora! Era fatal! Era forçoso
Livrar-me enfim desse animal nojento.
No largo mar ergui-o nos meus braços
E arremesei-o às ondas de repente...
Ele moveu gemendo os membros lassos
Lutando contra a morte. Era pungente.
Voltei a terra – entrei em casa. O vento
Zunia sempre na amplidão, profundo.
E pareceu-me ouvir o atroz lamento
De Veludo nas ondas morimbundo.
Mas ao despir dos ombros meus o manto
Notei – oh, grande dor! – haver perdido
Uma reliquia que eu prezava tanto!
Era um cordão de prata: - eu tinha –o unido.
Contra o meu coração constantemente
E o conservava no maior recato,
Pois minha mãe me dera essa corrente
E, suspenso à corrente, o seu retrato.
Certo caíra além no mar profundo,
No eterno abismo que devorava tudo;
E foi o cão, foi esse cão imundo
A causa do meu mal! Ah ! se Veludo
Duas vidas tivera – duas vidas
Eu arrancava àquela besta morta
E àquelas vis entranhas corrompidas.
Nisto senti uivar à minha porta.
Corri – abri... Era Veludo! Arfava:
Estendeu-se a meus pés -, e docemente
Deixou cair da boca que espumava
A medalha suspensa da corrente.
Fora crível, oh Deus? – Ajoelhado
Junto do cão – estupefato, absorto,
Palpei-lhe o corpo: estava enregelado;
Sacudi-o, chamei-o ! Estava morto.
domingo, 12 de junho de 2011
Apresentação
Este aqui é o mascote deste blog: Toy, meu poodle de oito anos, meu melhor amigo e meu artista! É isso mesmo: ele é especialista em faze arte! rsrsrsrs
Boa Noite, amigos do melhor amigo!
Estou criando este blog pra falarmos de CACHORROS.
Cachorro grande, pequeno, peludo, com pelo liso, de focinho preto, de focinho rosa, de olhos pretos, verdes, azuis... De raça, mestiço, sem raça definida...
Mansinho, bravinho, levado, quietinho, esperto, bobinho... rsrsrsrs
Que nada! Bobos ficamos nós quando vemos alguma gracinha que eles fazem, né?
Ou BOBOS de verdade, e com letras maiúsculas são aqueles que maltratam e abandonam seu cão à própria sorte!
Mas é isso, sejam todos muito bem-vindos a este novo blog, onde vamos falar muitooo de dogs e tudo o que os envolve!
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